
A “guerra” entre dois grupos rivais resultou na morte de Aldair Martins, de 18 anos, na estação de Cascais.
As “hostilidades” começaram em Lisboa. O jovem, futuro mecânico e que acabara de tirar a carta de condução, saiu à noite com mais quatro amigos para a discoteca Armazém F. “Foi a minha primeira festa da espuma”, revela uma das testemunhas que presenciou a morte do amigo.
“Encontramos uns 20 rapazes do bairro da Cruz Vermelha que começaram a picar-se porque um deles, o Ary, achava que eu lhe tinha apalpado a namorada”, explicou. Umas horas depois, os cinco jovens encontraram o mesmo grupo na estação do Cais Sodré, em Lisboa. Avisaram a PSP no local, de que estariam a ser perseguidos pelo grupo rival, mas foi em vão. “Ignoraram...”.
Assim que chegaram à estação de Cascais e as portas do comboio abriram, Aldair fugiu de Ary. “O meu sobrinho correu, como forma de se defender, para cima do comboio”, explicou o tio da vítima, Lito Lindau. “Mas contam as testemunhas que ele se agarrou aos cabos de alta tensão e caiu. Contudo, é estranho isso ter acontecido e não ter havido queimaduras”.
Fonte dos Bombeiros Voluntários de Cascais confirmou que a vítima apresentava queimaduras mas não souberam precisar se foi numa mão ou nas duas. O jovem foi ainda levado para o Hospital de Cascais com vida, mas “viria a falecer pouco depois”, segundo revelou fonte desta unidade.
A família queixa-se de negligência do INEM pelo atraso de meia hora. “Isso não é possível”, apontou fonte do INEM: “Temos o registo da chamada às 7h25 e a ambulância saiu às 7h26. Sendo que a estação é logo na mesma rua”.
Porém, a versão da PSP é outra. Paulo Flor, relações públicas da Direcção Nacional, alega que “se registaram desacatos após a ocorrência devido a uma chegada tardia dos meios de socorro”. Informação confirmada por uma testemunha, empregado do café ao lado da linha de comboio.