quinta-feira, 18 de junho de 2009

Mãe de Martim pára greve de fome

Ana Leonardo, de 15 anos, esteve durante três dias em greve de fome contra a decisão do Tribunal de Cascais em dar o seu filho, Martim, de dois anos e meio, para adopção.
Sentada em frente ao tribunal, dia e noite, a jovem já se começava a sentir fraca. “A fome já é muita, sinto-me mal, com tonturas e dores do estômago, mas não vou desistir de lutar para impedir que o meu filho seja entregue para adopção”, confessou.
Com diversos cartazes nas mãos, a jovem mãe, acompanhada por amigos e familiares, não pretende baixar os braços, reivindicando que o seu filho seja entregue à família biológica.
“Martim, tens uma família”, “Martim és nosso” e “adopção não!” são apenas alguns exemplos das mensagens que a jovem pretende transmitir.
O filho está internado desde Fevereiro de 2007 no Refúgio Aboim Ascensão, em Faro, depois da Segurança Social e o Tribunal de Família de Menores de Cascais terem considerado que Ana não tinha condições para tratar do filho.
Contudo, a progenitora garante ter condições para criar o filho e que não vai desistir. “Vou até onde for preciso”, disse.
Contudo, Ana Leonardo viu-se obrigada a parar com o protesto, sendo agora a avó do menino que está sem comer.
Depois de a jovem e os pais terem sido chamados, esta quarta-feira, pela Comissão de Protecção de Menores de Cascais , que os “ameaçou” de retirarem a guarda da menor e entregá-la a uma instituição caso continuasse com esse comportamento, a jovem decidiu começar a comer, informando que a greve de fome passará agora a ser feita pela sua mãe, Graça Leonardo.
A avó admite que a greve de fome é uma “decisão pensada e firme” que só vai terminar quando tiver o neto à sua frente. “Se o Martim estava para adopção com carácter de urgência, agora que seja devolvido à família também com carácter de urgência”, disse.
Segundo a mãe da jovem, que se mostra “cansada mas não derrotada”, a decisão de iniciar a greve de fome teve o apoio de toda a família e amigos. “Estou de rastos, mas não vou desistir”, garantiu.