domingo, 14 de junho de 2009

Na estação da CP: Rapaz morre em confronto de gangues rivais

Um jovem do Bairro da Torre, em Cascais, morreu, na madrugada de sábado, electrocutado nos cabos de alta tensão da estação de comboios (CP), depois de ser perseguido por grupo rival do Bairro da Cruz Vermelha.
A “guerra” entre dois grupos rivais resultou na morte de Aldair Martins, de 18 anos, na estação de Cascais.
As “hostilidades” começaram em Lisboa. O jovem, futuro mecânico e que acabara de tirar a carta de condução, saiu à noite com mais quatro amigos para a discoteca Armazém F. “Foi a minha primeira festa da espuma”, revela uma das testemunhas que presenciou a morte do amigo.
“Encontramos uns 20 rapazes do bairro da Cruz Vermelha que começaram a picar-se porque um deles, o Ary, achava que eu lhe tinha apalpado a namorada”, explicou. Umas horas depois, os cinco jovens encontraram o mesmo grupo na estação do Cais Sodré, em Lisboa. Avisaram a PSP no local, de que estariam a ser perseguidos pelo grupo rival, mas foi em vão. “Ignoraram...”.
Assim que chegaram à estação de Cascais e as portas do comboio abriram, Aldair fugiu de Ary. “O meu sobrinho correu, como forma de se defender, para cima do comboio”, explicou o tio da vítima, Lito Lindau. “Mas contam as testemunhas que ele se agarrou aos cabos de alta tensão e caiu. Contudo, é estranho isso ter acontecido e não ter havido queimaduras”.
Fonte dos Bombeiros Voluntários de Cascais confirmou que a vítima apresentava queimaduras mas não souberam precisar se foi numa mão ou nas duas. O jovem foi ainda levado para o Hospital de Cascais com vida, mas “viria a falecer pouco depois”, segundo revelou fonte desta unidade.
A família queixa-se de negligência do INEM pelo atraso de meia hora. “Isso não é possível”, apontou fonte do INEM: “Temos o registo da chamada às 7h25 e a ambulância saiu às 7h26. Sendo que a estação é logo na mesma rua”.
Porém, a versão da PSP é outra. Paulo Flor, relações públicas da Direcção Nacional, alega que “se registaram desacatos após a ocorrência devido a uma chegada tardia dos meios de socorro”. Informação confirmada por uma testemunha, empregado do café ao lado da linha de comboio.