Miriam Assor, autora da obra “Aristides de Sousa Mendes – um Justo Contra a Corrente” vai estar, quarta-feira, dia 9, pelas 21 horas, no Espaço Memória dos Exílios, no Estoril, para apresentar uma conferência no âmbito do ciclo “Um Século de Memórias”.A conferência de Miriam Assor debruçar-se-á sobre a vida, o acto de humanismo e coragem do cônsul português em Bordéus, Aristides de Sousa Mendes, que desobedeceu a Salazar e concedeu vistos a milhares de pessoas que procuravam fugir do terror nazi, tendo um dia afirmado “se há que desobedecer, prefiro que seja a uma ordem dos homens do que a uma ordem de Deus”.
Miriam Assor nasceu em Lisboa a 13 de Junho de 1966. O seu pai, Abraham Assor, foi rabino na comunidade israelita de Lisboa durante cinquenta anos e figura decisiva no despertar da sua consciência em relação ao terror do Holocausto. Uma visita aos campos de concentração nazis, em 1985, fá-la trocar o curso de Psicologia Aplicada pela vida comunitária dos kibbutz e pelo voluntariado, em Israel. Regressa após dois anos e meio e licencia-se. Publica, em 1997, “Libi”, um livro de poemas. Torna-se cronista do semanário “O Independente”. Em 1999 edita "Sentidos". Em 2003 coordena a obra Gueto de Varsóvia e na sequência deste tema é comissária de duas exposições, coincidindo a última, em 2005, com a exposição documental alusiva à vida de Aristides de Sousa Mendes, “Registos para a Liberdade”, na Casa do Registo, em Lisboa.
O Espaço Memória dos Exílios no Estoril tem como objectivo essencial a evocação da memória de um dos traços mais marcantes da história recente do concelho, enquanto espaço de refúgio, espera e passagem de milhares de exilados e refugiados no contexto dos diversos conflitos europeus.