terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Sobrelotação no Hospital de Cascais

O secretário de Estado da Saúde, Manuel Pizarro, admitiu que os cálculos para o hospital de Cascais foram mal conseguidos mas o problema poderá ficar resolvido com o incremento de 22 camas.

O governante esteve na comissão parlamentar de saúde de dia 15, a pedido do Bloco de Esquerda (BE), para prestar esclarecimentos sobre os problemas de lotação que se têm verificado no Hospital Dr. José de Almeida, construção realizada através da parceria público-privada entre o Estado e o grupo HPP Saúde. João Semedo, do BE, questionou o governante socialista de como é possível existir um problema de falta de espaço para utentes num projecto inaugurado dez meses. O secretário de Estado considerou que, nestes casos, há «uma distância excessiva entre o planeamento e a execução» visto ser uma área cuja evolução é «muito rápida, o que torna difícil prever os movimentos da população».

«Esse regresso de pessoas a Cascais foi um pouco superior ao que estava no planeamento. Foi previsto um aumento de 15 a 20 por cento e acabou por acontecer um aumento de 30 por cento, com alguns picos de procura que causaram dificuldades», admitiu Manuel Pizarro. Segundo o responsável socialista, a administração do hospital de Cascais já «pediu à ARS [Administração Regional de Saúde] seis novas camas para medicina interna, o que foi autorizado, e posteriormente um novo alargamento para mais 16 camas, também já autorizadas». Com esta medida, o secretário de Estado espera que o problema fique resolvido e revelou ainda que houve «movimento de camas entre as especialidades» para atenuar as carências.

À parte dos problemas relacionados com a falta de espaço físico na estrutura do hospital de Cascais, Manuel Pizarro considera que aquela unidade de saúde ampliou a capacidade de resposta hospitalar do concelho através do melhoramento das instalações e da diminuição do tempo de espera dos utentes. «Agora decidimos repensar as parcerias público-privadas, mas hospitais como o de Cascais, o de Loures e o de Braga eram aguardados há décadas e se o processo fosse interrompido não haveria seguramente agora um hospital em Cascais. Os recursos do Estado não permitiriam financiar a contratação”, revelou Manuel Pizarro.

O HPP Cascais Dr. José de Almeida tem neste momento uma lotação de 262 camas, maioritariamente em unidades de diferenciação, e o antigo detinha 223.