sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Alunos faltam às aulas em protesto

Um pouco por todo o País, a convocatória dos estudantes feita, ontem, por email e sms a fim de protestar contra o Estatuto do Aluno, fez-se notar esta manhã em, pelo menos, duas escolas do ensino básico e secundário do concelho de Cascais.
O novo regime de faltas, criado pelo estatudo do aluno, o qual obriga à realização de uma prova no caso de ser excedido o limite de ausências, independentemente do motivo ou natureza das faltas, foi o principal motivo que levou centenas de alunos a faltaram às aulas durante o período da manhã.
Logo bem cedo, dezenas de estudantes concentraram-se no exterior da Escola da Cidadela, em Cascais, e do Liceu de São João do Estoril exigindo a demissao da ministra da Educação.
Os protestos terão sido convocados nos últimos dias através de uma sms onde pode ler-se: “Está na hora, está na hora, da ministra ir embora. Pessoal, bora nos juntar e fechar as escolas de todo o País. Greve nacional no dia 14 (temos 2 dias para organizar a maior greve de sempre) até que o regime de faltas seja alterado?? Já começou no Norte e agora vamos fazer com que se arraste por Portugal... Passa a mensagem. Todos juntos vamos conseguir”.
"Esta nova lei é um absurdo, por isso estamos contra estas medidas e contra a ministra da Educação", afirmou Vanda Vieira, de 14 anos, aluna do 8.º ano da Escola da Cidadela.
À semelhança desta jovem, também outros colegas protestavam contra o novo regime.
Enquanto dezenas de alunos estiveram concentrados em frente ao portão da escola, dentro do estabelecimento as aulas decorreram dentro da normalidade possível.
“Há professores que estão a deixar os alunos aderirem à greve, não nos marcando falta, porque estão solidários connosco”, esclareceu Francisca Almeida, de 13 anos, aluna do 7.º ano.
A Polícia de Segurança Pública (PSP), alertada para eventuais manifestações, marcou presença na Escola da Cidadela, onde se viram “voar “ovos e pedras, um caixote do lixo ardeu e, ainda, o trânsito foi cortado pelos próprios manifestantes.
Também na Escola Secundária de São João do Estoril, a PSP foi chamada a intervir, impedindo que os estudantes fechassem os portões do liceu.
“Contra o regime de faltas”, “está na hora da ministra ir embora” e “é injusto este regime de faltas” foram as principais reclamações dos alunos deste estabelecimento de ensino.
O Correio de Cascais também teve conhecimento que na Escola Secundária IBN Mucana, em Alcabideche, esteve previsto os alunos aderirem à greve, mas tal não se concretizou. O mesmo aconteceu na Escola de Alvide, onde nao se registou qualquer tipo de manifestação.