quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

“Novo” mercado agrada à clientela

Concluídas as obras de requalificação do Mercado Municipal de Cascais, é tempo de recolher a opinião de feirantes, lojistas e respectiva clientela. Afinal, esta era uma obra há muito esperada por todos!
Depois de três meses em alvoroço, o antigo mercado saloio reabriu, finalmente, com uma nova imagem e o frio a marcar o dia de inauguração. E nem mesmo o mau tempo ou a crise demoveram centenas de clientes de visitarem o recinto mais não fosse para matar a curiosidade.
O Correio de Cascais também marcou presença, deu uma vista de olhos e recolheu opiniões. Após um périplo pelo recinto da feira, ficamos a saber que as obras profundas de remodelação pretenderam transformar o equipamento numa âncora do comércio local com muita qualidade.
Logo à entrada, as alterações saltam à vista. A maior delas e com mais impacto prende-se com o chão do mercado e das galerias que foi todo levantado, nomeadamente a infra-estruturação de águas pluviais e esgotos”.
Uma situação que agradou a todos, incluindo Manuel Gomes, proprietário de um restaurante na vila de Cascais. Para este cliente assíduo do mercado há anos, de terça-feira a sábado, “a feira está muito melhor do que estava, com mais condições, mais asseado e limpo. Não há dúvida nenhuma de que está francamente melhor».
Salienta, no entanto, ser “pena a autarquia não ter feito uma cobertura total de protecção contra o frio e a chuva”. Mas nem tudo pode ser bom e aqui fica a sugestão.
“Costumo vir de vez em quando ao mercado e acho que isto está muito melhor”, argumenta Noémia Moniz, residente na Torre, que garante ser agora mais apelativo vir fazer compras ao mercado.
As remodelações efectuadas no interior do mercado também se fizeram sentir na zona de venda de peixe fresco. O telhado que se encontrava em muito más condições de conservação foi todo destelhado e recuperado, reanimando-se as vistas originais das asnas e águas.
Vendedora de peixe há mais de 40 anos, é com grande satisfação que Vitória Cajua vê o seu “cantinho” todo arranjado. “Com as obras estamos muito melhores”, refere a feirante.
Também Maria Manuela Silva, que vende peixe há 29 anos, afirma “agora é outra coisa, está muito mais bonito, tem mais condições e é melhor tanto para nós como para o próprio cliente”.
“Desde torneiras, bancadas, frigoríficos…está tudo mais higiénico e até os clientes mostram-se mais satisfeitos”, acrescenta.
João Borgas, que dá continuidade ao negócio da família, defende que “em termos de higiene não tem nada a ver, principalmente ao nível dos esgotos. Não há termos de comparação”.
Além de pormenores como a suavização do conjunto interior que passam agora despercebidos, como as linhas redondas nos vãos e nas janelas a tardoz e o forrar com azulino de cascais todos os pilares interiores, também as quatro casas de banho foram demolidas e totalmente recuperadas.
Quanto aos aspectos técnicos, houve ainda a necessidade urgente de demolir todas as câmaras frigoríficas existentes, com muitos anos de serviço, por equipamentos do mais moderno e funcional que existe hoje na área do frio e da conservação e alimentos, entre os quais se inclui uma máquina industrial de fabrico de gelo, uma arca especifica para peixe, com zona para marisco com temperatura diferenciada e ainda uma outra para frutas e legumes.
Foi ainda criada uma sala de higienização de material plástico, o único permitido no interior destes equipamentos.
No exterior do mercado foi colocado um moral de azulejos, uma obra que esteve a cargo do mestre Joaquim, da cerâmica de Bicesse, tendo o painel sido criado e pintado pela artista plástica Teresa Posser de Andrade.
No que respeita ao estacionamento, recuperou-se a ligação paisagística com a Avenida 25 de Abril. O talude foi completamente reformulado, replantada e com sistema de rega independente.
De acordo com Carla Valente de Almeida, vereadora das Actividades Económicas, “este foi um projecto muito apaixonante e bonito”, contando, para tal, com o apoio e colaboração da autarquia.