quinta-feira, 2 de julho de 2009

Mãe de Martim "radiante" com possibilidade de reaver o filho

A mãe adolescente de uma criança que a Justiça decidiu dar para adopção mostrou-se ontem “radiante e muito feliz” com a decisão do Tribunal de Cascais de suspender a adopção do Martim e reavaliar o processo.
Um dia depois de ter ido em peregrinação a Fátima, rezar pelo regresso do filho, Ana Rita Leonardo disse “estar mais feliz do que nunca”, afirmando, contudo, que “ainda não é tempo de cantar vitória”.
“Só acredito na vitória quando tiver o meu filho comigo”, adiantou ainda a jovem mãe.
Perante a possibilidade de retomar as visitas ao seu filho, decisão que ainda não está confirmada, Ana Rita anunciou que pretende deslocar-se a Faro, para o Refúgio Aboim Ascensão, onde se encontra o pequeno Martim desde os primeiros meses de vida.
“Estou só a aguardar a confirmação de que as visitas vão ser retomadas para ir de imediato para o Algarve ver e abraçar o meu filho. Não vejo a hora”, confessou Ana Rita.
Na semana passada, Ana Rita terminou o protesto de 11 dias à porta do Tribunal de Cascais para “preparar tudo para receber o Martim”, depois de ter entregue um requerimento à juíza do processo a pedir a reavaliação do caso, para que a criança seja entregue à família biológica.
Este requerimento juntou-se ao parecer do director do Refúgio Aboim Ascensão, Luís Villas-Boas, que se assumiu como o autor do relatório clínico que defende a reavaliação das condições de Ana Rita para cuidar do filho.
Ana Rita Leonardo “acampou” durante 11 dias à porta do Tribunal de Cascais em forma de protesto contra a decisão judicial de dar o filho para adopção e já esteve em greve de fome, que decidiu interromper depois de ter sido “ameaçada” pela Comissão de Protecção de Menores, sendo depois a avó do menino a ficar sem comer.
A 26 de Fevereiro de 2007 as assistentes sociais de Cascais levaram o Martim para a instituição Refúgio Aboim Ascensão, em Faro, alegando que a Ana Rita não teria condições para cuidar do filho.
Em Julho de 2007 foi tomada a primeira decisão judicial de que o Martim iria ser dado para adopção, na qual a família recorreu com sucesso, mas a 20 de Dezembro de 2008, na última visita de Ana Rita, o Martim terá ficado emocionalmente perturbado e as visitas foram canceladas.
Há seis meses que Ana Rita não vê o filho. A 21 de Maio foi informada de que o filho seria dado para adopção, decisão judicial agora suspensa.
Com Lusa