quinta-feira, 23 de julho de 2009

PJ desmantela grupo que traficava cocaína do Brasil para vender em Cascais

Dois pilotos da aviação civil, um comissário e uma assistente de bordo estão entre os seis detidos pela Polícia Judiciária pertencentes a um grupo de tráfico de droga apanhado em Lisboa com 15 quilos de cocaína pura.
O coordenador da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes (UNCTE), António Silva, adiantou hoje que o grupo, detido na terça-feira passada, era transnacional e dedicava-se a comprar no Brasil, "em local próximo da origem, a transportar por via aérea e a distribuir quantidades significativas de cocaína" destinadas ao mercado português.
No âmbito da operação "Verdes Mares", que há vários meses investigava a actividade do grupo, foram detidos os dois pilotos (um homem e uma mulher), o comissário e a assistente de bordo, bem como dois homens desempregados, que foram apanhados em flagrante delito com as malas que transportavam as placas de cocaína embalada, num total de 15 quilos.
Na passada terça-feira, foram detidos no aeroporto de Lisboa os dois desempregados, que funcionavam como correios, acabando os restantes elementos, um dos quais piloto da TAP, por ser detidos mais tarde, já fora do flagrante delito.
De acordo com o responsável da PJ, os detidos, com idades entre os 26 e os 42 anos, todos residentes em Oeiras e Cascais, dedicavam-se a este negócio há cerca de um ano, comprando o produto no Brasil e procedendo à sua comercialização na zona do Estoril e Cascais, e serviam-se da condição profissional de alguns dos deus elementos para iludir os controlos alfandegários e policiais.
Em Fevereiro passado já tinha sido detido no Aeroporto de Lisboa um outro correio de droga, pertencente à mesma organização, com uma mala com 5,5 quilos de cocaína.
A fonte da PJ adiantou que nos últimos anos tem havido "um aumento exponencial" de correios de droga portugueses apanhados em flagrante delito em aeroportos europeus e da América do Sul, de ambos os sexos e normalmente pessoas desempregadas e com fragilidades económicas.
A investigação da Polícia Judiciária contou com a colaboração da Polícia Federal do Brasil.
Os detidos estão a ser ouvidos em primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa, não sendo ainda conhecidas as medidas de coacção que lhes serão aplicadas e que poderão ir até à prisão preventiva.
Com Lusa