sábado, 19 de setembro de 2009

Médicos no grande ecrã

Até sábado, Cascais serve de palco à primeira edição do Festival de Cinema Médico, a decorrer Museu Condes de Castro Guimarães, no Centro Cultural de Cascais e Casa de Santa Maria, três espaços emblemáticos do concelho que se transformam em salas de cinema, onde são divulgados longas e curtas-metragens e diversos documentários, com o objectivo de realçar a qualidade e rigor de certas produções cinematográficas no contexto das ciências da saúde.
“Trata-se da primeira competição cinematográfica mundial de cinema médico, que cruza os universos da Medicina e da Sétima Arte, divulgando e analisando a forma como o cinema retrata a vida, a saúde, a doença e a morte”, afirmou António Pais de Lacerda, médico e director do festival.
Segundo o responsável, chefe de Serviço de Medicina Intensiva do Hospital de Santa Maria de Lisboa, o “MedCINECascais Film Festival’09” abre portas a uma nova forma de lançar o debate cultural e cientifico sobre os grandes temas que envolvem a medicina actual para além de ajudar a clarificar e informar o público em geral sobre temas de saúde”.
Em entrevista ao Correio de Cascais, António Pais de Lacerda explicou que “a criação de um novo festival de cinema, pensado já desde 2005, é sempre uma aventura sobre o desconhecido, mas este é um nicho temático que, apesar de largamente tratado em centenas de filmes e documentários, nunca foi isolado como tema a valorizar e premiar”.
Por outro lado, “o festival pretende dar ao público português a oportunidade de assistir a um conjunto de obras inéditas no nosso país, provenientes um pouco de todo o mundo”, disse ainda, acrescentando que “não são apenas as séries televisivas de sucesso, como o caso do Serviço de Urgências e Anatomia de Grey, que abordam as problemáticas de índole médica. Existem muitos outros filmes que contêm um enquadramento médico correcto e que podem contribuir para uma mais adequada formação do público em geral, no âmbito da saúde, nos seus diversos aspectos”.
Trazendo a exibição um total de 40 filmes, entre longas-metragens como “The Guitar”, de Amy Redford, “The English Surgeon”, de Geoffrey Smith, e diversos documentários sobre temas variados onde a questão da eutanásia, diabetes, anorexia, cegueira, doenças bipolares, tabagismo, toxicodependência, Alzheimer ou cancro da mama marcam presença, entre outros títulos e categorias a concurso, alguns em estreia mundial e europeia, o MedCine conta com o apoio da Câmara Municipal de Cascais, Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Universidade Nova de Lisboa e Universidade de Salamanca.
Os prémios para o “MedCINE” e “MedCINEdoc” incluem um troféu (Vesalius), um diploma e um valor monetário para os melhores filmes em “Rigor Médico”, “Informação Científica”, “contributo para Uma Medicina Humanizada”, “revelação de Tecnologias de Medicina”, “momento de Medicina na História”, “Ética Médica”, “Fotografia em Medicina” e para o filme escolhido pelo público.
Paralelamente, decorre o “MedCINEhelp”, que consiste na apresentação de filmes por parte de organizações humanitárias não governamentais, sendo que o melhor filme terá uma distinção monetária especial que reverterá a favor da instituição que o apresentar.
O programa detalhado está disponível em www.medcinecascais.org. A entrada é gratuita.