segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O mau cheiro de Trajouce ainda persiste

Confrontado com as queixas da continuidade do mau cheiro por parte da população de São Domingos de Rana, em Cascais, e de Porto Salvo, em Oeiras, Domingos Saraiva, presidente da Tratolixo, que gere aquela estação de tratamento, afirmou à agência Lusa que «os odores não se devem aos resíduos que contaminaram os solos», mas antes à «degradação das instalações». Segundo o mesmo, «Todas as instalações da Tratolixo [em Trajouce] estão muito degradadas. E os edifícios onde ainda hoje é feito um composto orgânico para a agricultura estão em muito mau estado, os filtros não resultaram plenamente e as portas não retêm todo o odor muito forte da maturação do composto». O responsável relatou ainda que «nos dias em que as condições climatéricas se agravam, os odores também. Nesses dias o cheiro é significativo, mas na maioria dos dias não se dá por isso», negando que os odores fossem provenientes dos resíduos depositados, ilegalmente e durante cerca de dez anos, fora de um aterro da estação de tratamento, que levaram a infiltrações e lixiviados (líquidos resultantes da decomposição dos lixos) que contaminaram os solos e que ainda não foram removidos. O arranque da remoção desses resíduos estava previsto até ao fim do ano passado, segundo um Plano de Reabilitação Ambiental dos solos contaminados aprovado em maio de 2009 pelo Ministério do Ambiente, mas a Tratolixo decidiu elaborar alterações, «mais vantajosas economicamente»Na opinião do responsável da Tratolixo, com este novo plano e outros projectos de construção previstos para Trajouce que aguardam licenciamento da Câmara de Cascais, «vai ser possível fazer obras de fundo nos edifícios» . O mesmo sublinha que percebe a questão do meu cheiro, mas adianta que enquanto não forem feitas as esperadas obras, nada vai mudar./CF