A agência municipal Cascais Energia promoveu, nos dias 16 e 17 de Outubro, a segunda edição das “Jornadas da Energia”, uma iniciativa que contou com a presença de Jaime Lerner, consultor das Nações Unidas para o urbanismo sustentável, entre outras personalidades.A sustentabilidade energética foi o principal tema em debate, num encontro onde também se falou de energia nuclear e do impacto da protecção ambiental na reforma fiscal.
Após apresentações de casos de estudo internacionais, Carlos Pimenta, Mira Amaral, João Peças Lopes e Pedro Sampaio Nunes deram o seu contributo através de intervenções pertinentes que geraram um debate animado e a discussão necessária. Do lado das ONG’s, Joanaz de Melo (GEOTA), Francisco Ferreira (QUERCUS) e Stephen Stretton (Environmentalists For Nuclear) também fizeram intervenções.
Durante dois dias, vários especialistas debateram temas e problemáticas da realidade e estratégia energética em Portugal, com destaque para a sustentabilidade energética e as comunidades sustentáveis.
Nos restantes painéis, foram discutidos temas como o Pacto dos Autarcas, mercado de carbono e fiscalidade e importância destas ferramentas para a melhoria da eficiência energética na gestão e estratégia de optimização da procura. À energia nuclear foi dedicado um painel que durou cerca de cinco horas, intitulado “Energia Nuclear – A Discussão Necessária”.
Durante a iniciativa esteve patente no local uma Mostra Tecnológica relacionada com o tema da energia e foram desenvolvidas várias actividades de Educação Ambiental para crianças, no âmbito do programa Energy Kids.
Esta actividade envolveu cerca de mil alunos do 1.º ciclo de dez escolas de Cascais numa série de acções destinadas a valorizar o papel dos jovens na procura de um futuro sustentável. As acções incluíram a participação no concurso “Rimar com Energia” e eleição da melhor quadra, um espectáculo musical infantil intitulado “Planeta da Energia” e a pintura de um mural “street art” na qual cada criança deixou o seu contributo artístico.
Para Carlos Carreiras, presidente da Agência Cascais Energia e vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais (CMC), “falar hoje de energia é falar da questão da nossa cultura civilizacional, é estarmos a falar de saúde e da capacidade de deixarmos aos vindouros um planeta melhor do que aquele que recebemos, de podermos, do mesmo modo, fazer uma gestão mais eficiente dos nossos recursos e com isso chamarmos todos a assumir as nossas responsabilidades.”
Na opinião de Maria da Graça Carvalho, assessora da Presidência da Comissão Europeia, “há hoje o consenso generalizado sobre a necessidade de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, pelo menos em 50%, a nível global, o que significa que os países industrializados terão de reduzir as suas emissões em 80 a 90%. As alterações climáticas exigem uma mudança na forma como produzimos, armazenamos e distribuímos energia, mas significa também que a energia poderá dar a muitos a oportunidade de desempenhar um papel mais activo na sua produção e beneficiarem do seu valor. É com persistência, coerência e através da prossecução de políticas de base científica que construiremos um melhor futuro para a Europa e para as pessoas que habitam os nossos estados membros.”