O grupo alemão GROZ-BECKERT anunciou ontem, dia 28, o encerramento "definitivo" da fábrica de produção de agulhas EURONADEL, na Abóboda, freguesia de S. Domingos de Rana, uma decisão que implica a dispensa dos 182 trabalhadores da unidade.
Num comunicado enviado à agência Lusa, o grupo justifica o fecho com a "deterioração de diversos factores do mercado global, em particular da indústria têxtil" - da qual a fábrica depende totalmente - e com a consequente necessidade de reduzir a sua "sobrecapacidade produtiva".
"A EURONADEL produz exclusivamente para o grupo GROZ-BECKERT, o qual deixou de colocar quaisquer encomendas a esta sua subsidiária, pela conjunção negativa de factores como uma vertiginosa quebra nas vendas e perda do valor do produto face à concorrência de empresas do continente asiático", refere o documento.
A multinacional alemã garante ainda que é sua "intenção" atribuir indemnizações aos trabalhadores que vêem agora os seus contratos cessados, em valores "superiores ao exigido por lei".
Na comunicação que dirigiu aos funcionários, o vice-presidente executivo do GROZ-BECKERT, Miroslav Svejda assegurou que a dissolução da empresa EURONADEL - Indústrias de Agulhas, Lda. é "irreversível", tendo em conta as "condições totalmente adversas" do mercado.
Fundado em 1852, o GROZ-BECKERT dedica-se à produção de agulhas para aplicações domésticas e industriais (sobretudo para máquinas de costura) e emprega cerca de sete mil trabalhadores em mais de 150 países.
A produção de agulhas industriais na Abóboda foi iniciada em 1968 na fábrica Torrington - Indústrias Metalúrgicas, S.A.R.L, gerida pelo grupo americano Torrington.
Doze anos depois, a unidade foi comprada pela Groz-Beckert, líder no sector, e passou a chamar-se EURONADEL - Indústrias de Agulhas, Lda., contando então com 389 colaboradores.
LUSA
