A comemorar, este mês, o seu 96.º aniversário, a Associação Empresarial do Concelho de Cascais (AECC) decidiu assinalar a data sem grande pompa ou circunstância. O ano é de crise e, como tal, de contenção. Uma campanha de divulgação e dois grandes eventos constituem a aposta da associação, empenhada em promover e dinamizar o comércio tradicional.
Em entrevista ao Correio de Cascais, Rui Barbosa, presidente da AECC, e Armando Correia, vice-presidente, revelam que a conjuntura actual não permite estar a promover grandes festas.
“Este ano decidimos não fazer nenhuma comemoração em especial porque estamos a viver uma época complicada. Por isso, optámos por promover uma campanha de divulgação que passa por dar a conhecer a actividade da própria associação e os serviços que presta aos comerciantes e empresários”, afirmam.
A terminar o mandato de três anos, Rui Barbosa e Armando Correia alegam que “se no primeiro ano, tentámos melhorar o funcionamento da AECC, arrumando a casa, e no segundo viemos para a rua ouvir os associados, auscultar os seus problemas. Neste último ano, queremos dar uma outra dimensão à associação. A ideia é apostar na imagem e dar a conhecer os nossos serviços”.
No entanto, acreditam que o segredo do sucesso passa por “os associados verem a AECC como uma entidade que está disponível para os apoiar e ajudar naquilo que precisarem. Este continua a ser sempre o nosso primeiro e grande objectivo”.
Tendo em conta que as empresas têm cada vez mais obrigações, “a associação criou um conjunto de serviços em diversas áreas”, a salientar “um gabinete jurídico, um gabinete administrativo e outro especializado em comunicação e imagem. Prestamos ainda consultadoria em segurança alimentar, medicina no trabalho e formação profissional”.
Com uma campanha de divulgação na rua, os elementos da AECC esperam “dar a conhecer a associação ao exterior. No fundo, pretendemos mostrar que estamos vivos e preparados, dentro das nossas possibilidades, para ajudar os empresários”.
E nada melhor que a realização de dois grandes eventos para promover a imagem da AECC. Está ai a II Edição do Stock & Fashion Market (ver caixa) que volta à Cidadela em Junho e, ainda, a ExpoCascais, uma feira das actividades económicas do concelho que se realiza, pela primeira vez, no Centro de Congressos do Estoril.
Aproveitando a experiência da primeira edição, Rui Barbosa e Armando Correia esperam contar com um maior número de expositores e visitantes. “A primeira edição é sempre o mais difícil. Para esta edição tem havido uma maior preparação visto que já estamos a trabalho no evento há cerca de dois meses, até para não repetir aquilo que consideremos que correu menos bem, como o tempo, por exemplo”, alegam.
Pela Cidadela passaram mais de quatro mil visitantes, um número que a direcção da AECC espera ver superado nesta edição. “Este ano esperamos mais…”.
Em Setembro, o Centro de Congressos abre as portas para receber a “ExpoCascais”, um evento que estará aberto a empresas do exterior, fora portas do concelho. “Uma feira de grande dimensão que tem como objectivo trazer empresas para Cascais. Se as empresas participarem num evento desta natureza e se virem que existe interesse para se instalarem em Cascais, esta é uma boa oportunidade para o fazerem”, explica Armando Correia.
Para já estes são os projectos mais ambiciosos que a AECC tem “na calha”. Além de, é claro, a construção da nova sede. De acordo com Rui Barbosa, “o processo está em andamento. Chegámos a uma fase em que os projectos estão já aprovados, temos a licença de obra para levantar a pronto pagamento mas é preciso dinheiro para avançar com a obra”.
Como tal, “teremos de apresentar esta situação aos nossos associados, na próxima assembleia. Se tivermos o apoio deles para avançar com o projecto então iremos pedir apoio à autarquia e à banca. Neste momento, estamos dependentes do que os associados vierem a decidir”.
Quanto a expectativas para 2009, os dois dirigentes traçam um cenário cinzento. “Este é um ano pouco famoso para as empresas e para a própria associação. Só em 2008, a AECC deu conta do encerramento de 377 empresas associadas que fecharam portas. Por isso vai ser um ano muito controlado e comedido por parte dos empresários, focalizado na sua gestão para assim conseguirem superar a crise sem deixar uma moça muito grande”.
Mas deixam uma mensagem: “a AECC está aqui para ajudar e receber os associados”.