segunda-feira, 31 de agosto de 2009

FIARTIL: Mundo de artesanato chegou ao fim

Durante dois meses, mais de três centenas de artesãos desenvolveram ao vivo a sua arte na FIARTIL – Feira Internacional de Artesanato do Estoril – atraindo milhares de visitantes ao recinto, junto ao Centro de Congressos do Estoril. Contudo, a 46.ª edição daquele que é considerado o mais antigo evento dedicado ao artesanato chegou ao fim este domingo.
A poucos dias de terminar, o Correio de Cascais falou com alguns dos artesãos. Segundo alguns dos mestres presentes “o balanço é positivo em termos de número de visitantes”. Mas a crise também aqui chegou. As opiniões dividem-se…
Em declarações ao jornal, a “avó” Laura, de 72 anos, afirma que “este ano nota-se que tem vindo mais gente, principalmente espanhóis. Mas, a verdade, é que não há dinheiro, a vida está cara e não compram. Mas pior que isso é que não dão valor ao nosso trabalho, o que custa muito”.
Artesã desde os 15 anos, a “avó” Laura aprendeu a arte de trabalhar em vime numa fábrica em Bucelas, onde era, juntamente com a sua irmã, as únicas mulheres no meio de tantos homens. “Hoje em dia, não existe mais ninguém que faça este trabalho e também não há quem queira aprender”, diz com alguma tristeza.
Para Aldezira Pinto, mestre em Bordado de Castelo Branco, “a feira tem estado a correr bem, embora ache que está mais fraquinha em termos de visitantes nestes últimos dias”. Há nove anos que esta artesã marca presença no certame garantido que vem propositadamente de Castelo Branco para mostrar a sua arte. “As pessoas gostam imenso mas não compram, é certo”, esclarece.
Quem não se pode queixar muito é Luís Grácio que há oito anos se desloca de Abrantes até ao Estoril para mostrar as suas esculturas em madeira e pedra. Segundo este mestre, o balanço é positivo. “A feira está a ser um pouco melhor que o ano passado ao contrario dos meus colegas que realmente se têm queixado. É verdade que está difícil e as minhas peças são caras mas sempre se vão vendendo”, alega.