Em Dezembro de 2008, quando a Empresa Municipal de Ambiente de Cascais (EMAC) iniciou obras nos terrenos anexos da Igreja Matriz Nossa Senhora da Assunção, no sentido de ai instalar as “Ilhas Ecológicas”, confrontou-se com um importante achado: apenas a um metro de profundidade do solo deparou-se com a descoberta inesperada de ossadas humanas de bebés, crianças, jovens e adultos aparentemente de várias idades e também com vestígios de cerâmica, vidro e metal.A descoberta permitiu aos especialistas concluir que se trata de um cemitério do século XVII. Contudo, para António Capucho, presidente da Câmara Municipal de Cascais, “este achado não constituiu surpresa, pois até meados do século XIX os cemitérios localizavam-se em torno das igrejas”.
Os trabalhos, conduzidos por uma equipa de arqueólogos, foram interrompidos por altura do Natal devido ao mau tempo e à chuva e retomados a 10 de Fevereiro, tendo terminado esta terça-feira. A autarquia estima assim que, nos próximos dias, os mais recentes achados sejam registados.
“Após o levantamento, as ossadas serão levadas para laboratório onde se irá proceder ao respectivo estudo com vista a determinar sexo, idade, possíveis patologias e eventual causa de morte dos indivíduos a que tenham pertencido, contribuindo assim para o conhecimento da realidade demográfica da população de Cascais, na Época Moderna”, afirma o autarca.E acrescenta: “o restante espólio - cerâmica, metal, vidro - será devidamente tratado e estudado, para contribuir para uma datação mais aproximada destes vestígios. Findo o estudo e respectiva publicação científica, todo o espólio será integrado na reserva municipal de materiais arqueológicos, sendo provável que algumas peças mais interessantes venham a ser incluídas no futuro Museu da História de Cascais”.